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quinta-feira, 1 de julho de 2010

MULHERES QUE FAZEM ABORTO SÃO DISCRIMINADAS PELO SUS

Como sempre costumo dizer por aqui, o aborto é legal e seguro no Brasil, mas apenas para quem tem dinheiro. Prova disso é a pesquisa divulgada hoje pela Organização não-governamental IPAS, segundo a qual a interrupção voluntária de gravidez realizada em condições precárias figura entre as principais causas de morte materna na Paraíba. Atendidas pelos SUS (Sistema Único de Saúde), aquelas que praticam aborto e têm algum tipo de seqüela mais grave sofrem discriminação e violência institucional nos hospitais públicos."Criminalizar o aborto não impede a sua prática. Muito pelo contrário, vulnerabiliza as mulheres mais pobre e dificulta o atendimento nos serviços de saúde. A Paraíba é o triste retrato do Nordeste em relação ao atendimento à mulher que realizou o aborto. Nenhum hospital pesquisado segue as normas do Ministério da Saúde para o atendimento à mulher. Pelo contrário, as pacientes sofrem discriminação e têm seus direitos violados", opina Paula Viana, coordenadora da Ong Grupo Curumim, que atua na região.A situação é mais grave ainda em Salvador (BA), onde o aborto inseguro é a primeira causa de morte materna.Ainda de acordo com a pesquisa da IPAS, na Paraíba, a intervenção mais utilizada para assistir mulheres que abortaram é a curetagem, procedimento caro e que oferece mais riscos de infecção para as mulheres do que o recomendado pelo Ministério da Saúde, a Aspiração Manual Intra-uterina (AMIU). “Entre janeiro de 2008 e junho de 2009, foram realizadas em João Pessoa 2.803 curetagens, e em Campina Grande 2.319 curetagens. Os gastos públicos na capital com o procedimento foram de R$ 532.422,44 e em Campina Grande o custo foi de R$ 414.004,70. Ao mesmo tempo, foram gastos com AMIU apenas R$ 3.746,14, em João Pessoa, no mesmo período”, aponta o relatório.Isso significa que não só o aborto acontece cotidianamente no Brasil como também sua não legalização apenas prejudica as mulheres mais pobres, que além de terem que utilizar métodos precários ainda sofrem com preconceito e o mau atendimento no SUS.Somando-se aos dados recentemente divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), onde uma a cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já realizou uma interrupção voluntária de gravidez, fica evidente que o que falta ao país é deixar a hipocrisia de lado e se preocupar em preservar a saúde das mulheres. Taí mais um bom tema para debate em tempos de campanha eleitoral.

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